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O lado sombrio dos downloads acidentais: como aplicativos maliciosos cometem crimes

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Por Equipe Baixaki

01/08/2024 19h30min · Atualizado em 01/08/2024 19h57min
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Imagem de Markus por Pexels
Imagem de Markus por Pexels

A curiosidade pelo mundo dos crimes cibernéticos tem crescido significativamente. Assim como as ocorrências. Só para ilustrar, o Brasil registrou 60 bilhões de tentativas de ataques virtuais em 2023, um aumento de 41% em relação ao ano anterior. Além disso, 32% dos brasileiros relataram ter sofrido algum tipo de golpe digital.

Paralelamente, o interesse por conteúdos de true crime também tem aumentado. Uma pesquisa da ExpressVPN, inclusive, mostra que a tecnologia favorece o consumo desse gênero de conteúdo, graças a plataformas de streaming, sites e redes sociais, por exemplo. Sem falar nas questões comportamentais e mesmo psicológicas.

Essa fascinação, no entanto, pode ter consequências inesperadas e perigosas. Uma delas é a normalização da violência, bem como a exposição a conteúdos perturbadores. Ainda, a abertura que se dá para, de mera expectadora, a pessoa passar a ser vítima de crimes cibernéticos ao baixar aplicativos maliciosos. Vamos entender melhor sobre isso e, sobretudo, como se proteger.  

O fascínio pelo crime real e o perigo dos aplicativos maliciosos

O fato é que a obsessão por histórias de crimes reais não é novidade. Como bem mostra o histórico traçado pela ExpressVPN, tudo começou lá na Era Vitoriana, mediante a cobertura dos jornais do caso de Jack, o Estripador. Inclusive, a pesquisa trouxe casos emblemáticos que até se aproximam se situações ocorridas no Brasil. Só para exemplificar:

• Transmissões de rádio acompanhando o sequestro de Lindbergh, em 1932, considerado na época o Crime do Século;

• Cobertura televisiva do julgamento de Sam Sheppard, acusado de assassinar a esposa, em 1954;

• Julgamentos de Ted Bundy (serial killer que até virou personagem de série);

• Cobertura do julgamento de O.J. Simpson, cujo caso também virou série.

No Brasil, o que dizer do acompanhamento com final desastroso do sequestro da menina Eloá? Ou um estado inteiro parado para assistir a perseguição a Lázaro Barbosa? Como se vê, a mídia tem amplificado nosso fascínio por crimes reais desde a década de 1950, intensificando-se nos anos 1970. A expressão “if it bleeds, it leads”, citada pela pesquisa da ExpressVPN, reflete o foco em crimes violentos, aumentando nosso interesse e medo.

O fluxo constante de atualizações mantém essas histórias presentes, tornando difícil ignorá-las. E, se há palco, existe público. Aliás, espectadores ávidos por fatos e relatos.  No entanto, como tudo na vida, existe o lado perigoso desse interesse todo por true crime facilitado pelos dispositivos móveis: os aplicativos maliciosos.

De modo geral, são apps que, se aproveitando da curiosidade humana, disfarçam-se de utilitários ou entretenimento inofensivos. Um exemplo notável é o malware Joker, um dos três mais comuns em aparelhos móveis. Mas, o que ele faz?

Inicialmente, inscreve o usuário em serviços premium sem consentimento, resultando em cobranças fraudulentas. Normalmente, se esconde em aplicativos como Cos Camera, que aplica filtros e efeitos nas fotografias, e Fiction Book.  

FlixOnline: um engodo atraente

Os perigos não acabam por aí! Outro exemplo é o FlixOnline, cuja promessa é o acesso gratuito à Netflix. Com isso, se espalha pelo WhatsApp, roubando dados do usuário e enviando links maliciosos para seus contatos. Em resumo, esse método de propagação explora a confiança e a curiosidade das pessoas por novos serviços de streaming. E não é à toa!

Como mostra a linha do tempo construída pela ExpressVPN, as plataformas de streaming, como Netflix, HBO e Prime, são o ápice da evolução da tecnologia no gênero true crime. Em 2015, por exemplo, a série Making a Murderer, sobre Steven Avery, esteve entre os títulos mais assistidos da plataforma. No Brasil, mesmo em outros serviços, tivemos casos similares, como:

• Elize Matsunaga: Era uma vez um crime, na Netflix;

• Pacto Brutal: O assassinato de Daniella Perez, na HBO;

• A menina que matou os pais, no Prime.

Mas, voltando à ameaça do FlixOnline, encontramos outro problema: a rápida disseminação de informações por meio das redes sociais. O problema está no fato de que as vítimas podem inadvertidamente espalhar o malware e, consequentemente, fazer novas vítimas.

Imagem: Anete Lusina por Pexels
Imagem: Anete Lusina por Pexels

O risco é tanto que nem mesmo ferramentas conceituadas escapam! É o caso do CamScanner, aplicativo de digitalização e reconhecimento de imagens. Recentemente, descobriu-se um módulo malicioso que transformava o aplicativo em uma ameaça cibernética. Isso só mostra o quanto a segurança digital deve ser uma prioridade.

Nesse contexto, uma dica está no uso das VPNs (Redes Privadas Virtuais) que permitem o acesso a conteúdos diversos sem restrições geográficas. Por exemplo, quem usa plataformas de streaming frequentemente para assistir a séries e documentários normalmente as instalam para desbloquear limites impostos por diferentes países.

A diferença é que, com uma VPN, a pessoa tem privacidade e segurança, ao contrário dos aplicativos maliciosos que tanta gente baixa acidentalmente por aí. Isso se dá pelas conexões criptografadas, garantindo que o histórico de navegação e os dados pessoais permaneçam protegidos. Assim, dá para mergulhar no true crime sem se preocupar com monitoramento das atividades online.

CamScanner: de utilitário a ameaça

O risco é tanto que nem mesmo ferramentas conceituadas escapam! É o caso do CamScanner, aplicativo de digitalização e reconhecimento de imagens. Recentemente, descobriu-se um módulo malicioso que transformava o aplicativo em uma ameaça cibernética. Isso só mostra o quanto a segurança digital deve ser uma prioridade.

Nesse contexto, uma dica está no uso das VPNs (Redes Privadas Virtuais) que permitem o acesso a conteúdos diversos sem restrições geográficas. Por exemplo, quem usa plataformas de streaming frequentemente para assistir a séries e documentários normalmente as instalam para desbloquear limites impostos por diferentes países.

A diferença é que, com uma VPN, a pessoa tem privacidade e segurança, ao contrário dos aplicativos maliciosos que tanta gente baixa acidentalmente por aí. Isso se dá pelas conexões criptografadas, garantindo que o histórico de navegação e os dados pessoais permaneçam protegidos. Assim, dá para mergulhar no true crime sem se preocupar com monitoramento das atividades online.

Protegendo-se de aplicativos maliciosos e o impacto do consumo excessivo de crimes reais

Não que seja um problema ser viciado em conteúdos sobre crimes reais. Na verdade, como mostra a pesquisa da ExpressVPN, isso é mais normal do que você imagina. Segundo o Dr. Michael Mantell, ex-psicólogo chefe do Departamento de Polícia de San Diego, a curiosidade sobre o crime inclusive pode servir a vários propósitos psicológicos saudáveis.  

Por exemplo, explorar as complexidades do comportamento humano e nos preparar para ameaças potenciais. A questão é que essa crescente obsessão pode levar os usuários a baixar aplicativos sem a devida verificação. Por isso, é fundamental seguir algumas diretrizes para se proteger:

• Verificar a fonte: sempre baixe aplicativos apenas de lojas oficiais. Do contrário, nada de fazer download em seu dispositivo, seja ele móvel ou PC.  

• Ler avaliações e permissões: revise as avaliações de outras pessoas usuárias, além de checar as permissões solicitadas.

• Utilizar software de segurança: tanto para baixar ferramentas externas quanto para o uso de smartphones e computadores, instale software de segurança confiável. Isso te protege contra ataques virtuais.  

• Manter-se informado: atualize-se sobre novos golpes e aplicativos maliciosos. Da mesma forma, avise pessoas próximas para, caso se torne uma vítima, não alimentem a fraude.

Ao mesmo tempo, o consumo excessivo pode distorcer nossa percepção da realidade, aumentando a ansiedade e a sensação de insegurança. Além disso, há o risco de nos tornarmos insensíveis à violência e à tragédia, esquecendo que essas histórias envolvem pessoas reais com dor real.

Portanto, é crucial encontrar um equilíbrio, consumindo conteúdo de maneira responsável e respeitosa, e garantindo que nossa curiosidade não nos leve a baixar aplicativos maliciosos que possam comprometer nossa segurança digital.