Sniper Elite 4
Prenda o fôlego, calcule bem a distância e execute tiros precisos durante a Segunda Guerra
Prenda o fôlego, calcule bem a distância e execute tiros precisos durante a Segunda Guerra
Sobre o App
Por Luccas Fonseca
Atualizado em 30/08/2023 18h04minAntes de qualquer coisa, preciso confessar que sempre fui fã de filmes que envolvem elementos de guerra, e posso dizer que “O Resgate do Soldado Ryan” e “Até o Último Homem” estão no topo da minha lista de favoritos. Ambos possuem em comum o fato de terem uma história ambientada na Segunda Guerra Mundial, confronto que também serve de pano de fundo para os eventos de Sniper Elite 4.
Dando continuidade à série da Rebellion, Sniper Elite 4 tem seu enredo ambientado em 1943 e após o que o público teve a oportunidade de ver em Sniper Elite 3. Aqui, o agente e atirador de elite Karl Fairburne deve visitar áreas localizadas na Itália e fazer o que estiver ao seu alcance para acabar com o regime nazista que impera na região.
Para isso, o protagonista deve unir forças com homens e mulheres que formam a Resistência Italiana e ajudá-los a libertar o país da opressão do Fascismo, tudo isso ao mesmo tempo em que tenta colocar um fim a uma nova ameaça que pode impedir os ataques dos Aliados na Europa – e mudar todo o rumo da guerra (ao menos no jogo).
Na surdina é sempre melhor
Antes de qualquer coisa, preciso confessar algo: esse é o meu primeiro contato com um game da série. É verdade, deixei passar a oportunidade de conferir uma franquia que foge um pouco da linha seguida por outros jogos convencionais de guerra, mas, apesar de tardia, posso dizer que essa experiência foi bastante agradável na maior parte do tempo.
Por alguns vídeos que acompanhei e até mesmo notícias escritas para o TecMundo Games, já tinha noção de que o título apresenta uma pegada muito parecida com a vista na série Metal Gear Solid, apostando bastante em furtividade para resolver as situações encontradas aqui. Claro, você sempre pode sacar uma metralhadora e descer chumbo grosso nos inimigos se a situação acabar se complicando, mas tenha em mente que isso vai ter um preço.
Como em outros títulos da franquia, os oponentes vão ficar passeando pelo mapa e fazendo varreduras para ver se tudo está em ordem, tal como aconteceria em um campo de batalha real. Qualquer barulho, por menor que seja, vai despertar a atenção dos soldados em dois níveis diferentes: alerta (quando o círculo ao redor do mapa está amarelo e eles tentam identificar de onde veio o som) e vermelho (quando o protagonista é descoberto e balas voam para todos os lados).
Para evitar tais problemas, o melhor a fazer é tentar eliminar os inimigos com golpes certeiros e de proximidade. Os cenários são amplos o bastante para oferecer esconderijos e opções variadas para que você possa dar cabo dos oponentes. Além dos ataques de proximidade, uma das minhas favoritas certamente foi esperar o oponente se aproximar de um barril explosivo ou do tanque de um caminhão e atirar no local para provocar uma explosão. Sim, isso fazia bastante barulho, mas a recompensa por ver o caos e os adversários correndo sem saber quem tinha feito aquilo ou de onde veio o tiro era ainda maior.
Entre uma morte e outra, pude perceber que em algumas situações a inteligência artificial do jogo era um pouco inconsistente. Em condições normais os soldados inimigos não mediriam esforços para atirar com tudo que tinham em mim ao primeiro sinal de barulho, mas não foram poucas as vezes em que fiquei imóvel, um deles passou do meu lado e sequer moveu o rosto para ver que eu estava ali, totalmente visível em algumas coberturas.
Na guerra vale tudo
Uma coisa que gostei bastante no jogo foi o fato de ele apresentar cenários bem amplos (isso também vale para o multiplayer, mas falamos sobre isso depois) e com direito a variações entre dia e noite. A quarta missão, por exemplo, é uma ótima oportunidade de vermos como a simples ausência de luz pode interferir bastante no desempenho dos inimigos, já que eles dificilmente vão vê-lo caso esteja um pouco mais distante.
Por falar em missões, todas as fases do jogo vão apresentar objetivos principais e secundários. Muitos deles vão envolver obter um documento, resgatar um item ou eliminar alguém, mas essa estrutura não faz com que a sua jornada aqui seja entediante, especialmente por conta da variedade de cenários para explorar ao lado de Fairburne.
Em contrapartida, é preciso dizer que o avanço da história pode deixar algumas pessoas entediadas, especialmente pelo fato de que quase não há personagens que despertem a sua atenção para acompanhar o que acontece aqui (e antes que reclamem, ao menos para mim os personagens contam muito para a construção de uma boa história).
Partindo para o ponto que realmente interessa, a ação (e por ação estamos considerando o seu avanço pelas fases, não o tiroteio desenfreado) é capaz de manter os olhares bem atentos ao que acontece aqui. O sistema de eliminação com o auxílio de uma câmera raio-X caso atinja o oponente em um ponto mais crítico certamente é bastante gratificante, e praticamente qualquer variação no estilo da matança (distância, acertar um local específico do corpo, não ter o apoio da trava de mira e coisas do gênero) vai render mais pontos de experiência.
Todos esses bônus são somados em uma barra de experiência, e o seu progresso faz com que novas habilidades sejam adicionadas à lista do protagonista, além de garantir acesso a mais armas para ajudar enquanto estiver andando pelos campos de batalha. No caso das habilidades, não espere nada surreal e, claro, leve em conta que quase todas elas vão influenciar basicamente as suas técnicas de eliminação à distância.
Contra um e contra todos
Além da campanha que pode facilmente ultrapassar a casa de 15 horas (o que é uma quantidade considerável para um game de ação), Sniper Elite 4 também conta com uma modalidade multiplayer com opções competitivas e cooperativas.
Começando pela parte cooperação, é possível passar pelos estágios da campanha com o auxílio de um amigo ou unir forças com ele em uma opção na qual um faz as vezes do observador e o outro manda para o limbo quem estiver no caminho (o que é bem divertido por sinal). Já o outro envolve sobreviver a ondas de inimigos, e no meio de todo o fogo cruzado é preciso ficar de olho em um comunicador que está na fase: caso o inimigo domine a posição, a equipe perde a partida.
Já na clássica matança entre jogadores, podemos encontrar quatro modos: Deathmatch (opção de time ou cada um por si), Rei da Distância (grupo ou individual, e vence aquele que conseguir eliminar um alvo da maior distância possível), Controle (uma espécie de dominação) e Separados (onde os dois times ficam separados por um grande abismo e precisam obter eliminações sem se aproximar tanto um do outro).
Todos esses modos até conseguem fazer bem a lição de casa, mas ao meu ver não captam a mesma aura vista em games da série Battlefield e Call of Duty. Uma prova disso é que durante os nossos testes dificilmente encontramos uma partida com o número total de jogadores (no caso do PlayStation 4), e no PC os servidores estavam literalmente vazios nessa modalidade.
Em todo caso, podemos destacar que as áreas foram muito bem planejadas e oferecem os mesmos elementos encontrados durante a aventura. Aliás, tanto na campanha quanto no multiplayer podemos ver áreas ricas em detalhes e que são capazes de cair no gosto até mesmo dos mais detalhistas. E o que é melhor: em todos os casos, a ação se mantém firme, e não pudemos detectar queda de frames em nenhuma das frentes.
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