Antes de partirmos para o tiroteio, vale a pena mencionar um dos reforços de Battlefield 3: o modo campanha. Sem dúvidas, quem é fã de longa data sabe que Battlefield é uma franquia fundamentada no multiplayer. Entretanto, para se adaptar às condições atuais, a DICE, responsável pelo desenvolvimento, resolveu adicionar um modo single player ao título.
Anteriormente, vimos isso acontecendo em Battlefield: Bad Company 1 e 2, em um tom bem-humorado — principalmente no primeiro game da série. Entretanto, aqui a situação é muito mais séria, mostrando que a EA definitivamente não está para brincadeiras.
Contudo, Battlefield 3 claramente utiliza sua campanha genérica apenas como trampolim para que os jogadores conheçam seu verdadeiro poder: o modo multiplayer. E, quando o assunto é jogatina online, é praticamente impossível não recomendar o game. Temos uma das experiências mais envolventes da história dos jogos, graças ao seu foco no trabalho em equipe e à extensa variedade de veículos e possibilidades.
Certamente, quem quiser jogar Battlefield 3 sozinho pode até se decepcionar. Mas, se você tiver condições de entrar no campo de batalha do modo multiplayer, então se prepare para permanecer horas e mais horas combatendo para ser recompensado com a medalha mais importante dos games: a diversão.
Ajustando a mira
Sem dúvidas, Battlefield 3 seguiu as influências de diversos outros títulos congêneres, como indica sua própria campanha para um só jogador. É praticamente impossível não relacionar o ritmo do modo com o de Call of Duty: Black Ops, por exemplo. Temos muita intensidade durante toda a aventura, fazendo com que a experiência não ultrapasse seis horas de duração.
Mesmo que a trama seja relativamente fraca, é interessante notar como as cenas de corte são bem feitas, principalmente em questões de expressão facial e dublagem dos personagens. A trama, por si só, não se sustenta, mas esses e outros fatores definitivamente podem despertar a atenção do jogador.
Em suma, Battlefield 3 apresenta uma campanha rasa, mas que, mesmo assim, consegue acertar o alvo algumas vezes. Mesmo que você não fique preso pela história ou até pelo ritmo de jogo, a campanha do título servirá, ao menos, para ampliar sua vontade de desfrutar do espetacular multiplayer do game, dando os toques básicos dos principais elementos do game, como o trabalho em equipe e o controle de alguns veículos.
O bom e velho Battlefield
É provável que muitos jogadores que adquirirem Battlefield 3 nem cheguem a tocar na campanha ou no modo cooperativo. E, não se preocupe, pois nós não culparemos vocês por isso. O multiplayer da série Battlefield é um espetáculo, e, em Battlefield 3, todos os holofotes estão acesos. Temos uma das melhores experiências do gênero quando o assunto é jogatina online, providenciando facilmente centenas de horas de diversão.
Um dos motivos para isso é o resgate de elementos famosos da série Battlefield, mas que acabaram ficando de fora de Bad Company 1 e 2, ambos lançados na atual geração. Primeiramente, temos a volta dos aviões a jato, permitindo combates totalmente insanos e que incendeiam os céus do game, dando muito mais dinamicidade à experiência.
Outro fator que também aprimora a estratégia do título é o retorno da possibilidade de deitar-se no chão (prone), algo que fez muita falta e, com certeza, muita diferença nos combates — principalmente para quem gosta da classe Sniper. Fora isso, a jogabilidade está praticamente igual à dos demais jogos. Você tem a chance de mirar para atirar, podendo carregar até duas armas para sua classe.
Falando em classe, aqui temos um médico, um engenheiro, um soldado de suporte e os atiradores de elite. Cada uma delas traz seus equipamentos característicos, que podem ser aprimorados durante a experiência. O médico, por exemplo, pode curar seus companheiros e até ressuscitá-los, enquanto o engenheiro conserta veículos e a classe de suporte oferece caixas de munição.
O verdadeiro espetáculo
Conforme prometido, Battlefield 3 traz gráficos excelentes. A Frostbite 2 impressiona por sua qualidade de iluminação, que consegue recriar com fidelidade muitos efeitos de luz, aumentando ainda mais a dramaticidade dos combates.
Além das lanternas atrapalhando a vista dos jogadores, BF3 conta com diversas outras exibições da qualidade da iluminação, como o contraste do sol com a escuridão, que faz com que o jogador realmente sinta a troca de ambientes. Temos ainda diversos outros filtros que só contribuem para a fidelidade do game, assim como as animações nas cutscenes, que fazem deste um dos FPS mais belos dos consoles.
Mas quem realmente merece destaque é o áudio. Desde Battlefield 1943, a DICE vem mostrando seu capricho absurdo no áudio. Aqui, chegamos ao ápice, com o melhor resultado sonoro da história do gênero.
Tudo é extremamente convincente: os tiros passando sobre sua cabeça, o estalo dos disparos atingindo paredes e o ruído distante das batalhas entre os jogadores — nada de sons de enfeite aqui, tudo realmente está acontecendo. A variedade surpreende e você certamente vai se agachar quando as batalhas estiverem acontecendo.
Quem foi que ajustou essa mira?
Bem, a campanha de BF3 é uma das melhores em relação aos outros jogos da série Battlefield, mas claramente deixa a desejar se a compararmos com os demais FPS, principalmente pelo fato de estarmos falando de um jogo com tanto potencial para inovação.
A DICE simplesmente ignorou o fato de que os veículos são uma das principais características do game, removendo-os quase completamente da campanha — você controla apenas alguns deles e nem ao menos chega a pilotar um avião, assumindo apenas o banco do copiloto.
Além disso, a liberdade de escolhas para ataque e defesa do modo multiplayer também não aparece na campanha. Simplesmente parece que estamos jogando outro jogo — leia-se Call of Duty —, dispensando todas as características da série Battlefield que os fãs gostariam de encontrar em um modo para um só jogador.
Para piorar, temos uma trama nada homogênea, que segue a famosa fórmula “ok, então nos conte sobre aquela missão”, gerando uma experiência nada sólida e, assim, incapaz de prender a atenção do jogador. Em vez de ser uma grande e épica história, temos vários atos isolados e bem diferentes, o que quebra todo o clima do game. Fora isso, temos os mini games de contexto que, francamente, são desnecessários aqui e, ainda assim, aparecem em abundância.